As portas do castelo
Estavam cerradas para pessoas cegas
Vulneráveis ao arrombamento
E ninguém sabia
Num leve toque
As portas se abriram
Num arrombamento involuntário
Sua marcha era lenta
Quase erótica, exótica
Me envolveu ironicamente
Em sensações extasiantes
Não sei mais quem sou
Só sei que dói
E não sei mais quem sou
Só sei que dói
Minha casa permanece desarrumada
Meus armários, uma bagunça
As gavetas pelo avesso
Eu morta, no chão
Portas desabadas
Vida violada
Armários, zona total
Coração aos pedaços, pelas paredes
De um castelo destroçado.
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