segunda-feira, 8 de abril de 2013

Esta carta é um desabafo após ter sofrido tanto com o preconceito proveniente do Consulado Americano, no Rio de Janeiro. No dia 04 de abril de 1995, depois de ter tentado por 9 horas e 10 minutos conseguir visto temporário para entrar nos Estados Unidos, tive meu pedido negado. É claro, é óbvio que é direito deles "concederem esse favor" a quem bem quiserem. O que não é justo é alegarem que nós, brasileiros, queremos imigrar e não nos darem direito de defesa. Estava munida de toda a documentação provando vínculos com meu país. Mas o fato de ser profissional free lancer, sem endereço fixo de trabalho, deu-lhes o direito da acusação. É sabido e notório que diversos vistos são negados diariamente. No entanto, por que as pessoas não se manifestam quando o que desejam, como eu, é apenas o direito de passear e se divertir?
Minha única pretensão era a de passar 17 dias em solo americano, conhecendo Nova Iorque, Orlando e Miami, retornando, em seguida, ao meu país.
Nunca me senti tão humilhada, pequena, ao ouvir: "Infelizmente não podemos lhe conceder o visto. Esta cartinha vai lhe explicar tudo. Boa tarde." Tentei explicar e apresentar meus motivos, porém, só ouvia "Boa tarde." do senhor entrevistador. Ao ler a carta, fiquei ciente de que fui enquadrada na tentativa de imigração. Preconceito! Se eu quisesse imigrar, teria procurado pelo visto de imigrante e não pelo temporário, oras! É humilhante enfrentar uma fila indecente, ser mantida em um ambiente hostil, aguardando entrevista e depois, ser encaminhada a outra fila que mais lembra um curral, para ser atendida por pessoas preconceituosas.
Ganhei a viagem de presente de aniversário. Estava disposta a gastar meu dinheiro conhecendo outra cultura. Iria deixar o meu dinheiro no país desses hipócritas através do tão difundido turismo. Agora, me pergunto: pra quê? Alguém percebe que temos um mundo inteiro para conhecer? No meu caso, por que começar justamente pelo resto do mundo?
Nunca viajei pra fora do Brasil e, com certeza, os EUA nunca verão meus pezinhos em seu solo novamente, já que a única vez que pisei ali, através do Consulado, tive péssima impressão.
Hoje, creio piamente que o país do Sr. Fidel é muito mais hospitaleiro.
Fui, por eles, enquadrada na seção 214B que alega o seguinte: "... após ser indagada sobre vínculos empregatícios...". Ora bolas, não teria eu o direito de ser dona de casa, de não precisar trabalhar para ter o meu sustento? Que liberdade é essa pregada por esse país impostor? Sinto-me profundamente humilhada e ofendida por um consulado que provavelmente não sabe o que faz ou como comete atos preconceituosos.
Meu país é muito mais do que a terra do Mickey Mouse. O Brasil é maravilhoso de todas as formas e as pessoas são acolhedoras, hospitaleiras.
É bom saber que os americanos não têm seus passaportes sujos com vistos negativos ao virem para o Brasil porque sempre vou poder provar pros visitantes ianques que nosso país tem valor, cultura, tradição. Por mais que muitos se calem, já passou da hora de colocarmos a boca no trombone , palavras no papel para exigirmos defesa dos nossos direitos como cidadãos em qualquer país do mundo onde reste um pingo de dignidade e hospitalidade.
Infelizmente, aos meus olhos, esse não é o caso dos Estados Unidos da América.
Descarto esse país primeiro mundista da minha rota de viagens.

12.08.1997 - De Novo!


Triste demais, sozinha demais, beijando bocas, abraçando corpos, querendo carinhos, querendo amor. Querendo demais. Chorando sem lágrimas, doendo de vazio. Perdendo o referencial, trilhando sem bonde e rasgando os pneus. Lágrimas de choro, vazio de dor. Bonde sem trilhos, maçã sem amor. Dinheiro falta e não dói; tesão sobra e não dói; fome dá e passa. Coração sem dono mata. Lentamente.

Bonde sem trilhos 

Montanha-russa sem emoção 
Choro sem lágrimas 
Maçã sem amor 
Suor sem calafrios 
Frio sem tesão 
Calor sem você 
Palhaço sem circo 
Lua sem Sol 
Estrelas sem brilho 
Desejo sem esperança 
Eu sem você 
Mitocôndria sem célula 
Almoço sem paladar 
Mãe sem filho pra amar 
Ironia não ter nada para ironizar 
Aconchego sem lar 
Música sem letra pra cantar 
Mãos sem "tato" pra tocar 
Só faço lamentar, chorando, até você aparecer 
Preu te amar



Será que eu usava dorgas pesadas?
-pelo visto, o bicho tava pegando!-
Você não acha irônico vir a descobrir que o amor não só é abstrato como também é um agrande brincadeira, quando ainda se acredita que ele exista e faça bem?
Pois é, eu descobri isso muito tarde, num tempo onde a ferida aberta vaai levar muito pra cicatrizar. Se ainda cicatrizar.

O momento é de prender a não misturar mor com beijo n boc. Beijou e amou, tô fora!
Estou super triste. Ainda acreditava, mas tudo o que tenho vivido mostra somente que não devo.

Mais uma vez 

Passei na porta do templo 
E pensei em você 
Que acha que pode 
Brincar de tesão 
Com sentimentos tão meus
Ninguém cobra mais nada do outro 
E o grande equívoco
Mora justamente aí 
Ninguém cobra nem de si mesmo 
Falar de romance é coisa do passado 
É brega, é ridículo




(meu caderno do passado é porreta!)
Nunca gostei das coisas racionais
Nunca gostei das coisas que preciso
São apenas peças opcionais
Em tabuleiro de jogo narciso.

08 / 09.01.1995 01:30

Ah, menino
Tu nem imaginas
O quanto és querido
Meu pequeno.

Podes ser babaca 

Safado, sacana 
Gostoso, demais 
Tu me encantas.

Mas és fugaz 

Etéreo, aéreo 
Jamais serás meu 
Ou eu tua serei.

Apenas és...


Babaca,
Safado, sacana
Gostoso, cheiroso
Apenas me encantas


"Tinha o tempo
Que você sentia
E sentir
Era a forma mais sábia
De saber
E você nem sabia"

O Medo e o Tempo

Foi preciso muita água rolar pra que eu começasse a compreender a tão intensa separação. E por que? Porque nada é do que o Tempo agindo  sobre sentimentos. Logo, no início, vem o Medo. Nossa, como ele vem grande, imenso. Toma conta de todos os poros do corpo, agindo tal qual a uma ameba, se alimentando de tudo o que se pensa. Dominando a alma. Medo de que? Medo de ficar só, de perder os amigos, de não levantar nunca mais.

O Tempo é amigo das horas
Dos dias solitários e insanos 

Da espera bendita 
Da cura da dor 
O Medo se cura com o Tempo 
E o tempo, eu temo, 
Não cure o medo 
E me deixa só 
O tempo trapaceia o medo 
É amigo das horas 
E com tanta demora 
Continuo só 


Preciso queimar sem sentir dor! 
A dor do medo 
Que, dizem, só se apaga com o tempo

12.08.1997

As portas do castelo 
Estavam cerradas para pessoas cegas 
Vulneráveis ao arrombamento 
E ninguém sabia 
Num leve toque 
As portas se abriram 
Num arrombamento involuntário   

Sua marcha era lenta 
Quase erótica, exótica 
Me envolveu ironicamente 
Em sensações extasiantes
Não sei mais quem sou 

Só sei que dói 
E não sei mais quem sou 
Só sei que dói
 

Minha casa permanece desarrumada 
Meus armários, uma bagunça 
As gavetas pelo avesso 
Eu morta, no chão 
Portas desabadas 
Vida violada  
Armários, zona total 
Coração aos pedaços, pelas paredes 
De um castelo destroçado.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Em Profunda Mudança

Estou pensando em mudar para São Paulo.
Seria uma vida de privação, um projeto de dois anos e meio, talvez. 

Ou ainda possa ser uma mudança para um cantinho no interior do mundo onde eu consiga subsistir...
Será, meu deus? Será esse o tamanho da mudança? 
Afinal, já não faz mais diferença. Tudo já desintegrou. 
Não há pedra sobre pedra. 
Só tenho agora o que restou: a mim mesma.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Valentina


Pin up, ao estilo Crepax, Valentina é diva dos 60's e dona do meu "eu lírico".

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MMM


Quando eu saía da infância, escrevi meu primeiro poema, uma visão social interessante para o final dos tempos de ditadura. Os 80's anunciavam mudanças gerais de mentalidade, mudanças físicas. Eu virava noites escrevendo, escrevendo, escrevendo. Escrevia sobre tudo até sentir dor pela primeira vez. Daí, meu texto mudou. Passei a falar das agruras do coração aborrescente. Namorei, casei, separei e as poesias ficaram de lado. A tal inspiração deixou de me visitar aos poucos e, um dia, não mais nos vimos.

Maio de 2009. Terminei uma certa noite estranha gozando loucamente com alguém inusitado. A partir daí, vários canais se (re)abriram e se confundiram: tesão puro, pele rara, sexo, carinho, orgasmo mega intenso, e por aí vai... nada que eu precise realmente classificar.

E, tudo desabrochou em palavras.
E, de lá em diante, quando nos vemos sempre desdobro umas letrinhas.
E, resolvi juntar tudo aqui.

8/9mai02009
Sob afetuosos efeitos gozosos...

21/22nov2009
Vai, corre lá e diz pra ele que jamais serei a mesma depois de tantos beijos com sabor de nunca mais!
(Vai, corre lá e diz pra ele que jamais serei a mesma
depois daquele beijo, beijo louco de paixão.
Depois de tantos beijos com sabor de nunca mais,
Percorri tantos planetas, me perdi na via láctea, explodi em solidão
Sem teu corpo sobre o meu
Só me movimento em vão)

19/20jan2010
Hoje, pela manhã, inundei de ti, iluminei, "adolesci"...


07abril2011
Teu gosto em minha garganta
Teu cheiro entranhado em mim
E se o mundo acabar agora
Eu não tô nem aí


Me solto, 
me jogo dentro de você
sem travas de segurança,
sem rede de proteção
mergulho no mais infinito abismo.
Ainda assim, sou feliz!



Bem que eu não quero perder essa fonte de inspiração pros meu boleros cafonas...

Tchau! Fui alí ser feliz!