Esta carta é um desabafo após ter sofrido tanto com o preconceito proveniente do Consulado Americano, no Rio de Janeiro. No dia 04 de abril de 1995, depois de ter tentado por 9 horas e 10 minutos conseguir visto temporário para entrar nos Estados Unidos, tive meu pedido negado. É claro, é óbvio que é direito deles "concederem esse favor" a quem bem quiserem. O que não é justo é alegarem que nós, brasileiros, queremos imigrar e não nos darem direito de defesa. Estava munida de toda a documentação provando vínculos com meu país. Mas o fato de ser profissional free lancer, sem endereço fixo de trabalho, deu-lhes o direito da acusação. É sabido e notório que diversos vistos são negados diariamente. No entanto, por que as pessoas não se manifestam quando o que desejam, como eu, é apenas o direito de passear e se divertir?
Minha única pretensão era a de passar 17 dias em solo americano, conhecendo Nova Iorque, Orlando e Miami, retornando, em seguida, ao meu país.
Nunca me senti tão humilhada, pequena, ao ouvir: "Infelizmente não podemos lhe conceder o visto. Esta cartinha vai lhe explicar tudo. Boa tarde." Tentei explicar e apresentar meus motivos, porém, só ouvia "Boa tarde." do senhor entrevistador. Ao ler a carta, fiquei ciente de que fui enquadrada na tentativa de imigração. Preconceito! Se eu quisesse imigrar, teria procurado pelo visto de imigrante e não pelo temporário, oras! É humilhante enfrentar uma fila indecente, ser mantida em um ambiente hostil, aguardando entrevista e depois, ser encaminhada a outra fila que mais lembra um curral, para ser atendida por pessoas preconceituosas.
Ganhei a viagem de presente de aniversário. Estava disposta a gastar meu dinheiro conhecendo outra cultura. Iria deixar o meu dinheiro no país desses hipócritas através do tão difundido turismo. Agora, me pergunto: pra quê? Alguém percebe que temos um mundo inteiro para conhecer? No meu caso, por que começar justamente pelo resto do mundo?
Nunca viajei pra fora do Brasil e, com certeza, os EUA nunca verão meus pezinhos em seu solo novamente, já que a única vez que pisei ali, através do Consulado, tive péssima impressão.
Hoje, creio piamente que o país do Sr. Fidel é muito mais hospitaleiro.
Fui, por eles, enquadrada na seção 214B que alega o seguinte: "... após ser indagada sobre vínculos empregatícios...". Ora bolas, não teria eu o direito de ser dona de casa, de não precisar trabalhar para ter o meu sustento? Que liberdade é essa pregada por esse país impostor? Sinto-me profundamente humilhada e ofendida por um consulado que provavelmente não sabe o que faz ou como comete atos preconceituosos.
Meu país é muito mais do que a terra do Mickey Mouse. O Brasil é maravilhoso de todas as formas e as pessoas são acolhedoras, hospitaleiras.
É bom saber que os americanos não têm seus passaportes sujos com vistos negativos ao virem para o Brasil porque sempre vou poder provar pros visitantes ianques que nosso país tem valor, cultura, tradição. Por mais que muitos se calem, já passou da hora de colocarmos a boca no trombone , palavras no papel para exigirmos defesa dos nossos direitos como cidadãos em qualquer país do mundo onde reste um pingo de dignidade e hospitalidade.
Infelizmente, aos meus olhos, esse não é o caso dos Estados Unidos da América.
Descarto esse país primeiro mundista da minha rota de viagens.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
12.08.1997 - De Novo!
Triste demais, sozinha demais, beijando bocas, abraçando corpos, querendo carinhos, querendo amor. Querendo demais. Chorando sem lágrimas, doendo de vazio. Perdendo o referencial, trilhando sem bonde e rasgando os pneus. Lágrimas de choro, vazio de dor. Bonde sem trilhos, maçã sem amor. Dinheiro falta e não dói; tesão sobra e não dói; fome dá e passa. Coração sem dono mata. Lentamente.
Bonde sem trilhos
Montanha-russa sem emoção
Choro sem lágrimas
Maçã sem amor
Suor sem calafrios
Frio sem tesão
Calor sem você
Palhaço sem circo
Lua sem Sol
Estrelas sem brilho
Desejo sem esperança
Eu sem você
Mitocôndria sem célula
Almoço sem paladar
Mãe sem filho pra amar
Ironia não ter nada para ironizar
Aconchego sem lar
Música sem letra pra cantar
Mãos sem "tato" pra tocar
Só faço lamentar, chorando, até você aparecer
Preu te amar
Será que eu usava dorgas pesadas?
-pelo visto, o bicho tava pegando!-
Você não acha irônico vir a descobrir que o amor não só é abstrato como também é um agrande brincadeira, quando ainda se acredita que ele exista e faça bem?
Pois é, eu descobri isso muito tarde, num tempo onde a ferida aberta vaai levar muito pra cicatrizar. Se ainda cicatrizar.
O momento é de prender a não misturar mor com beijo n boc. Beijou e amou, tô fora!
Estou super triste. Ainda acreditava, mas tudo o que tenho vivido mostra somente que não devo.
Mais uma vez
Passei na porta do templo
E pensei em você
Que acha que pode
Brincar de tesão
Com sentimentos tão meus
Ninguém cobra mais nada do outro
E o grande equívoco
Mora justamente aí
Ninguém cobra nem de si mesmo
Falar de romance é coisa do passado
É brega, é ridículo
Pois é, eu descobri isso muito tarde, num tempo onde a ferida aberta vaai levar muito pra cicatrizar. Se ainda cicatrizar.
O momento é de prender a não misturar mor com beijo n boc. Beijou e amou, tô fora!
Estou super triste. Ainda acreditava, mas tudo o que tenho vivido mostra somente que não devo.
Mais uma vez
Passei na porta do templo
E pensei em você
Que acha que pode
Brincar de tesão
Com sentimentos tão meus
Ninguém cobra mais nada do outro
E o grande equívoco
Mora justamente aí
Ninguém cobra nem de si mesmo
Falar de romance é coisa do passado
É brega, é ridículo
(meu caderno do passado é porreta!)
08 / 09.01.1995 01:30
Ah, menino
Tu nem imaginas
O quanto és querido
Meu pequeno.
Podes ser babaca
Safado, sacana
Gostoso, demais
Tu me encantas.
Mas és fugaz
Etéreo, aéreo
Jamais serás meu
Ou eu tua serei.
Apenas és...
Babaca,
Safado, sacana
Gostoso, cheiroso
Apenas me encantas
Tu nem imaginas
O quanto és querido
Meu pequeno.
Podes ser babaca
Safado, sacana
Gostoso, demais
Tu me encantas.
Mas és fugaz
Etéreo, aéreo
Jamais serás meu
Ou eu tua serei.
Apenas és...
Babaca,
Safado, sacana
Gostoso, cheiroso
Apenas me encantas
"Tinha o tempo
Que você sentia
E sentir
Era a forma mais sábia
De saber
E você nem sabia"
O Medo e o Tempo
O Tempo é amigo das horas
O Medo se cura com o Tempo
E o tempo, eu temo,
Não cure o medo
E me deixa só
O tempo trapaceia o medo
É amigo das horas
E com tanta demora
Continuo só
Preciso queimar sem sentir dor!
A dor do medo
Que, dizem, só se apaga com o tempo
12.08.1997
As portas do castelo
Estavam cerradas para pessoas cegas
Vulneráveis ao arrombamento
E ninguém sabia
Num leve toque
As portas se abriram
Num arrombamento involuntário
Sua marcha era lenta
Quase erótica, exótica
Me envolveu ironicamente
Em sensações extasiantes
Não sei mais quem sou
Só sei que dói
E não sei mais quem sou
Só sei que dói
Minha casa permanece desarrumada
Meus armários, uma bagunça
As gavetas pelo avesso
Eu morta, no chão
Portas desabadas
Vida violada
Armários, zona total
Coração aos pedaços, pelas paredes
De um castelo destroçado.
Estavam cerradas para pessoas cegas
Vulneráveis ao arrombamento
E ninguém sabia
Num leve toque
As portas se abriram
Num arrombamento involuntário
Sua marcha era lenta
Quase erótica, exótica
Me envolveu ironicamente
Em sensações extasiantes
Não sei mais quem sou
Só sei que dói
E não sei mais quem sou
Só sei que dói
Minha casa permanece desarrumada
Meus armários, uma bagunça
As gavetas pelo avesso
Eu morta, no chão
Portas desabadas
Vida violada
Armários, zona total
Coração aos pedaços, pelas paredes
De um castelo destroçado.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Em Profunda Mudança
Estou pensando em mudar para São Paulo.
Seria uma vida de privação, um projeto de dois anos e meio, talvez.
Ou ainda possa ser uma mudança para um cantinho no interior do mundo onde eu consiga subsistir...
Será, meu deus? Será esse o tamanho da mudança?
Afinal, já não faz mais diferença. Tudo já desintegrou.
Não há pedra sobre pedra.
Só tenho agora o que restou: a mim mesma.
Seria uma vida de privação, um projeto de dois anos e meio, talvez.
Ou ainda possa ser uma mudança para um cantinho no interior do mundo onde eu consiga subsistir...
Será, meu deus? Será esse o tamanho da mudança?
Afinal, já não faz mais diferença. Tudo já desintegrou.
Não há pedra sobre pedra.
Só tenho agora o que restou: a mim mesma.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
MMM
Quando eu saía da infância, escrevi meu primeiro poema, uma visão social interessante para o final dos tempos de ditadura. Os 80's anunciavam mudanças gerais de mentalidade, mudanças físicas. Eu virava noites escrevendo, escrevendo, escrevendo. Escrevia sobre tudo até sentir dor pela primeira vez. Daí, meu texto mudou. Passei a falar das agruras do coração aborrescente. Namorei, casei, separei e as poesias ficaram de lado. A tal inspiração deixou de me visitar aos poucos e, um dia, não mais nos vimos.
Maio de 2009. Terminei uma certa noite estranha gozando loucamente com alguém inusitado. A partir daí, vários canais se (re)abriram e se confundiram: tesão puro, pele rara, sexo, carinho, orgasmo mega intenso, e por aí vai... nada que eu precise realmente classificar.
E, tudo desabrochou em palavras.
E, de lá em diante, quando nos vemos sempre desdobro umas letrinhas.
E, resolvi juntar tudo aqui.
8/9mai02009
Sob afetuosos efeitos gozosos...
21/22nov2009
Vai, corre lá e diz pra ele que jamais serei a mesma depois de tantos beijos com sabor de nunca mais!
(Vai, corre lá e diz pra ele que jamais serei a mesma
depois daquele beijo, beijo louco de paixão.
Depois de tantos beijos com sabor de nunca mais,
Percorri tantos planetas, me perdi na via láctea, explodi em solidão
Sem teu corpo sobre o meu
Só me movimento em vão)
19/20jan2010
Hoje, pela manhã, inundei de ti, iluminei, "adolesci"...
07abril2011
Teu gosto em minha garganta
Teu cheiro entranhado em mim
E se o mundo acabar agora
Eu não tô nem aí
Me solto,
me jogo dentro de você
sem travas de segurança,
sem rede de proteção
mergulho no mais infinito abismo.
Ainda assim, sou feliz!
Bem que eu não quero perder essa fonte de inspiração pros meu boleros cafonas...
Tchau! Fui alí ser feliz!
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